terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ensaio sobre o Céu e o Inferno

Se vos perguntassem se acreditam no céu e no inferno, e, se sim, qual a vossa preferência, o que é que responderiam? Eu não responderia nada, porque ninguém me pergunta isso. Geralmente, eu é que pergunto, porque, mesmo tendo uma vida ocupada, nunca tenho nada para fazer. Bom, nada de INTERESSANTE para fazer.
A primeira pessoa a quem eu fiz essa pergunta (sim, eu armei-me em repórter da Visão Júnior e andei por aí a pesquisar) era um obeso que vivia no 1º andar do meu prédio (tão gordo, que ocupava um andar inteiro!), e que me respondeu que queria ir para o inferno, porque se fazia lá melhor churrasco (excluindo a ideia de poder ser ELE o churrasco). Porém, a minha vizinha do 5º esquerdo, que já é um bocado velhota, disse que queria ir para o céu, porque, lá, não ouvia os estudantes do 4º direito a fazer, e passo a citar, “malandrices às duas da manhã” (em seguida, ela explicou-me detalhadamente o que eram as ditas “malandrices”, revelando-se, para meu espanto e horror, uma “PRO” no tema em causa). O senhor do 4º esquerdo, depois da minha pergunta, explicou-me a conspiração dos gnomos de jardim contra ele, o facto de aparecerem leões azuis a tocarem saxofone na sua banheira e as secretas invasões de ratos com cara de Che Guevara à sua cama de marfim, confirmando as minhas suspeitas de que aqueles dias em Cuba lhe fizeram mal.
Resumindo, pelo fim do dia, encontrei-me num impasse: numa folha, em que eu ia anotando as respostas das pessoas sobre a crença no céu e no inferno e qual a preferência, escrevi o mesmo número de qualidades e defeitos nas duas colunas correspondentes a cada um dos locais, respetivamente. Ou seja, no inferno existem jacuzzis (/panelas de cozinha, mas a parte dos jacuzzis é que interessa), mas é Verão todos os dias, sendo que não há Natal e depois a malta amua; no céu, o clima é pacífico e as anjinhas sexys, mas não se lhes pode fazer nada! Ora, com isto, nós ficamos como aqueles miúdos que, cheios de fome, perseguem uma carrinha de gelados, mas que depois caem e acabam a comer as pedras na estada e o alcatrão, numa mescla não tão suculenta como um gelado ou uma anjinha sexy. Eis uma injusta recompensa por termos sido bons “toda” a vida! Só com o olhar não chega!
Mas, por exemplo, para um esquimó, por melhor pessoa que tenha sido, a escolha é evidente, mesmo sendo só pelo quentinho.
E para os políticos? É preciso responder ao óbvio?
Em princípio, desejo ir para o céu; porém, vejo o meu “caminho celestial” a ser impedido por coisas como estes textos. Mas eu não os pretendo destruir… As diabinhas também são sexys, não é?

sábado, 19 de novembro de 2011

Acabei de "parkourar" aquele prédio!

Boas! Como está o pessoal? Vai-se andando, não é? Eu não… Eu vou a saltar!
“A saltar?!”- perguntam vocês. Ou não. Eu explico na mesma. É que agora está na moda um desporto urbano chamado “Parkour”, que consiste em saltar muros ou de um edifício para outro (também se pode realizar num só edifício, subindo-o sem se usar o elevador ou as escadas), e eu adoro isso! E, graças a esse desporto, descobri o porquê de, nas peças de teatro da escola que envolviam animais, eu ser sempre selecionado para interpretar o cabrito (o animal está sempre a pular! Deve ser difícil acertar na sanita quando vai à casa-de-banho…)! E, infelizmente, também descobri por que é que o Zé Manel era sempre escolhido para ser a borboleta…
Mas, voltando ao Parkour… Toda a gente diz que é um desporto perigoso, e eu nada tenho a contestar. Mas, se não houver o devido cuidado, qualquer desporto pode tornar-se letal… Não acreditam? Vejam o futebol, por exemplo: um jogador pode, porventura, não acertar na bola (nada de perigoso até aqui, pois não? Então, esperem…); e se estiver, só por acaso, um escorpião a passear no relvado? O jogador pode chutar o bicho para a cara do outro jogador, não pode? Ou o bicho pode, até, vir colado à bola! Perceberam agora por que é que o nosso amigo “Bertinho” não defende nada à baliza? É porque tem medo de escorpiões! Ou porque é nabo, não sei… Ainda tenho de pesquisar!
Muitas pessoas dizem que o Parkour é um desporto de malucos… Malta, eu já parti o queixo e a cabeça duas vezes, torci o pé cinco vezes (mais ou menos), dei com a “mona” em barras de metal vezes sem conta (número semelhante às quedas, negras e arranhões), fui atropelado à frente da escola (6º ano), quase parti a perna esquerda duas vezes, parti o polegar direito e já fui espancado por mais de 50 raparigas diferentes por razões variadas, algumas para as quais não encontro explicação, como por exemplo:
Eu- “Bom dia! Uau, hoje está um dia de sol espetacular!”
Rapariga- (Sol? O sol é redondo!) ESTÁS A CHAMAR-ME GORDA?!
E SLAP! Estalada na cara. De uma miúda que, só por acaso, era mais redonda que o sol.
E, concluindo dos excertos do meu relatório médico, é uma boa dose de loucura para um adolescente, não acham?
O que importa é que o Parkour é um desporto excelente, tanto para os jovens com adrenalina, como para os médicos que lhes cosem a cabeça, que recebem uns bons trocados por isso.
Por hoje é tudo, até à próxima! Fiquem bem! E não, Zé Manel! Não quero ver a tua saia nova!

Sabes guardar um segredo?

Está a dar agora na TV a nova edição da C. dos Segredos (que novidade!) e algo me faz acreditar que, de algum modo, está a superar a primeira, mas não em qualidade (também, que qualidade tinha a primeira?!).
Este programa é basicamente uma cópia do B. Brother, mas com uma diferença: há segredos envolvidos. E as pessoas levam isto tão a sério que já fazem piadas acerca desta casa, como por exemplo: “Por que se diz que a C. dos Segredos é o novo IKEA? Porque, lá, os gajos são armários e as tipas fáceis de montar!”.
Já viram o respeito que temos por shows tão eruditos? (IRONIA, para quem não percebeu)
Agora digam-me: se não existisse alguma veracidade nesta última parte, não era fácil ver quem é que namorava com quem? Era só amealhar dinheiro! Mas não: a A namora com o B, mas vai para a cama com o C, curte com o D no sofá e, de vez em quando, dá uns beijos à E.
E os diálogos tão complicados:
-Tu gostas dela!
-E não!
-E sim!
-‘Tá calado!
-Ah! Gostas, gostas!
-Não ‘tou a ouvir! Lálálálálálá! (Com as mãos a tapar os ouvidos)
Engraçado, pareceu-me ouvir uns miúdos da primeira classe, uma semana antes da estreia do programa, a proferir este exato diálogo…
Não é que esteja a dizer que a C. dos Segredos não se veja; até se vê muito bem. Mas não é um programa que se acompanhe 24 horas por dia! Ou seja, aqueles 5 canais no MEO não estão lá a fazer nada, se uma pessoa só vê os Resumos e os Diários!
Outra coisa que me chama a atenção é o corpo das concorrentes… Há lá concorrentes cujo corpo forma um perfeito “S”! (Não entenderam? Então desenhem um “S” gigante numa folha de papel para perceberem de que é que eu estou a falar) É, como a Hannah Montana diz, “the best of both worlds”; e não, não vejo a Hannah Montana. Se via? Que vos interessa?! Isto é para falar da C. dos Segredos, não da Hannah Montana! Fica para outro dia…
Bem, referindo-me a um caso em especial (que todos devem saber qual é) aquilo são autênticas bolas de basket! É o que dá o fanatismo pelo desporto… Penso que até devem haver em casa nadadores-salvadores que, apesar de odiarem o programa, estão a vê-lo de propósito só para verem se a dita cuja quase se afoga na piscina, para darem corda aos sapatos e irem “salvá-la”. Passadas três horas a pressionarem o peito da concorrente, ela diz naturalmente:
-Você sabe que eu não me estava a afogar e que estou bem e consciente desde que chegou, não sabe?
Ao que qualquer um deles responde com naturalidade:
-Yup…
Também, com umas bóias daquele tamanho, quem é que se afogava?!
E a cultura geral dos participantes, ãh? África é um país da América do Sul?! Vá lá! Isso é elementar! Todos sabemos que a África é uma cidade japonesa! Por amor de Deus!
Agora desculpem-me, tenho de vos deixar. Já começou a C. dos Segredos!
Hei, lá porque critico, não quer dizer que não veja!